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Maio

EDUCAÇÃO INFANTIL > Acolhimento e Adaptação

QUANDO A CRIANÇA COMEÇA A FREQUENTAR O BERÇÁRIO OU A PRÉ-ESCOLA. Planejamento e organização podem auxiliar nos primeiros dias da criança, dos familiares e dos próprios educadores na escola. Os momentos iniciais na escola exigem sempre um esforço de adaptação da criança, da família e daqueles que assumem seus cuidados. Habitualmente, a criança convive com poucas pessoas em casa, com quem já estabeleceu um forte vínculo afetivo. Lá pode explorar os cômodos e objetos da casa, observando e participando das atividades dos familiares. Já no berçário ou pré-escola, a criança passa a conviver com um grande número de adultos e crianças, em um ambiente novo, que geralmente lhe é estranho. Tudo é novo. Mudam as pessoas, o espaço, os objetos, a rotina. Essas novidades podem ser atraentes para a criança pequena, quando enfrentadas em companhia de um familiar ou de uma pessoa conhecida e querida. Mas quando separada deles, a criança pode sentir-se sozinha, e as novidades lhe causam medo. Ela pode demonstrar isso ficando triste ou quieta demais. Porém se engana quem acha que a criança enfrenta mudanças na entrada da escola. Sua reação pode ser a mais evidente. Mas a família também sofre nesse processo. As mudanças não ocorrem só na rotina da família, que tem de encaixar os horários da escola no seu dia-a-dia. Muda também a forma de encarar a educação e o cuidado de sua criança. Quando a criança é muito novinha, a mãe frequentemente se pergunta: \\\"Mãe que é mãe deixa seu bebê no berçário?\\\" Ou então a sogra ou o pediatra lhe fazem esse incômodo questionamento, através de comentários ou gestos... E não são só a criança e a família que enfrentam mudanças. O educador também precisará se adaptar, descobrindo pouco a pouco, nesta criança e nesta família, seus novos parceiros do dia-a-dia. AS VANTAGENS E OS PROBLEMAS DA ADPTAÇÃO A época de adaptação é muito especial. Todos desejam que ela caminhe da melhor forma. Mas para cada criança e cada família esse processo ocorre de um jeito ligeiramente diferente e, em parte, imprevisível. São muitos os pequenos acontecimentos, mínimos comentários, gestos menores que vão influenciando... E tantas vezes eles acontecem que nem o notamos. Entretanto, não dá para negar que as pessoas ficam mais sensíveis neste período. Essa sensibilidade nos deixa mais atentos a esses pequenos fatos. E é justamente essa sensibilidade que pode facilitar ou dificultar as relações entre as pessoas. Facilita, quando elas ficam mais flexíveis, mais abertas para ouvir o que os outros têm a dizer, pois aumenta a possibilidade de refletir sobre um acontecimento e tomar uma atitude madura diante dele. Dificulta, quando a sensibilidade produz um nível de ansiedade ou nervosismo muito grande. Um pequeno gesto de alguém pode ser tomado como ofensivo para quem está muito tenso. Uma coisinha qualquer pode desconjuntar as idéias e as relações. COMO A ADAPTAÇÃO ACONTECE NA ESCOLA? Essa fase inicial, em que criança, família e educador estão se conhecendo, pode durar dias ou meses. Pensando melhor, nunca termina. Digamos que há uma fase em que o desafio é maior. Para auxiliar nesse desafio, vamos ver um pouco mais como as crianças costumam reagir nesse período. Para facilitar a integração da criança à escola nos primeiros dias, seu ingresso pode acontecer de forma a aumentar gradualmente o tempo que ela fica ali. Nesse período, a presença de um dos pais ou familiares é importante para a criança, pois lhe transmite segurança e lhe dá apoio para explorar e conhecer o novo ambiente. As crianças, sobretudo as pequenas, têm poucos recursos para se expressar, visto que ainda não se comunicam verbalmente. Assim, manifestam seus sentimentos através do corpo. Durante o processo de adaptação ao berçário, elas vivenciam momentos de separação, insegurança e outros sentimentos que, nessa situação, podem desencadear diversos tipos de comportamentos. Ela estará expressando suas dificuldades e buscando o auxílio e cuidado do adulto. Além de chorar, ela pode adoecer frequentemente, recusar alimentos, não dormir ou dormir demais etc. Geralmente, os pais, por observarem essas reações, demonstram preocupação. Eles normalmente fazem as seguintes perguntas: \\\"Minha filha dormiu hoje?\\\", \\\"Meu filho comeu?\\\", \\\"Ela chorou depois que saí?\\\" Essas perguntas demonstram preocupações importantes, mas cabe esclarecer que esses comportamentos são formas muito comuns que a criança encontra para reagir às novas situações. Algumas famílias acreditam que é preferível sair escondido quando deixam a criança na escola, a fim de evitar seu choro. Em nossa opinião, é preferível que a criança veja e saiba que estão saindo, que expresse sua tristeza ou raiva e que seja consolada. Com o tempo, ela vai perceber que voltam todos os dias para buscá-la. É importante, nessa fase, que todos, pais e educadores, possam compreender e respeitar o momento da criança de conhecer o novo ambiente e estabelecer novas relações. À medida que ela vai se integrando, podem ser percebidas as influências positivas de sua permanência em uma escola que oferece boas condições para o seu desenvolvimento. POR QUE A ADAPTAÇÃO É TÃO DIFÍCIL PARA A CRIANÇA, A FAMÍLIA E O EDUCADOR? Para os pais em geral, a decisão de deixar seu filho na escola é dificultada por uma série de conflitos. Por um lado, a necessidade de trabalhar. Por outro lado, a crença de que, para se desenvolve de forma saudável, a criança pequena deve ser cuidada pela mãe. Por isso, aparecem na família a insegurança, a desconfiança ou até o medo de perder o amor do filho, por deixá-lo na escola. esses sentimentos entram em conflito com a alegria de conseguir uma vaga, já que esta libera os pais para trabalhar ou para outras ocupações importantes. A boa relação afetiva entre crianças e educadores deve ser interpretada pelos pais como indicativo de um bom trabalho. Para isso, é importante que os pais conheçam bem qual é o papel de educador e como é seu trabalho. Isso lhes permite viver essa fase com maior tranquilidade, transmitindo segurança para seu filho e facilitando assim sua adaptação. Um período de adaptação bem conduzido possibilita que pais e educadores, através de sua convivência, estabeleçam uma relação produtiva, de confiança e respeito mútuo. Texto extraído do livro: Os Fazeres na Educação Infantil, organizado por Maria Clotilde Rossetti Ferreira

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